A maior mortalidade da covid-19 entre idosos e adultos com comorbidades fez com que os estudos iniciais de vacinas fossem focados nesses grupos. Por isso, a chegada de uma vacina segura para crianças deve demorar. Nos planos de vacinação, crianças e adolescentes aparecem sempre no fim da fila da imunização. "Sabendo que não é o grupo mais vulnerável para desfechos de doenças graves, estudos estão foram focados nas faixas etárias e grupos que são os mais vulneráveis", explica Melissa Palmieri, pediatra e infectologista.
Com o início da vacinação no mundo pelos grupos prioritários, ela afirma que novas pesquisas vão analisar o desempenho das vacinas em grupos menos urgentes, como crianças e adolescentes. "Agora, depois que você tem um quantitativo de fase quatro —além da pesquisa clínica, um número de adultos e de idosos vacinados— já estão começando pesquisas clínicas em outros grupos, que ainda não temos dados: aí estão grávidas e crianças, por exemplo. Ainda teremos estudos pela frente para que venhamos a ter respostas e vacinas para elas", completa. As farmacêuticas americanas Pfizer e a Moderna já convocaram crianças com 12 anos ou mais para testes clínicos de suas vacinas e esperam ter resultados até o meio do ano.